quarta-feira, 21 de outubro de 2015

E voou alto

     Ao encarar a tela em branco assumo o compromisso de tentar explicar o inexplicável, corro risco de falhar miseravelmente.


     São alguns anos acompanhando o Tupi, histórias de todos os tipos, que nos fazem sorrir, gargalhar, que nos orgulham e, por mais que já tenhamos visto uma queda para a série D, por exemplo, não nos sentimos envergonhados de nada. Tudo que passamos junto com o Galo Carijó é história, e história boa, que no fim olhamos uns pros outros e dizemos "aquilo foi foda".

     Ontem o capítulo mais glorioso da história centenária do Tupi se desenrolou. Depois de uma fase de grupos excelente até o meio, escorregando no fim, sob muita desconfiança dos torcedores não assíduos, nosso Galo chegou às quartas, contra o ASA de Arapiraca. O jogo aqui, 2x0. Pro jogo lá, uma já aguardada retranca, mas contra-ataques muito melhores que esperávamos.

     Primeiro tempo 0x0. Logo no início do segundo nosso gol (e que golaço!), nossa glória. Os caras tinham que fazer 4 pra derrubar a gente! Não tinha como não acreditar que a classificação viria.

     Aos 35, contra-ataque fulminante, mais um gol. Eles tinham que botar uma bola na rede a cada 2 minutos!

     Acabaram colocando apenas uma, numa cobrança de pênalti, em que nosso paredão, Glaysson, quase chegou.

     Desde o primeiro gol já tínhamos a certeza de que estávamos na Série B. Quando o apito final soou ecoaram gritos e mais gritos pela cidade, a multidão saltava como se o chão estivesse em chamas. Os olhos, marejados, não conseguíamos acreditar no que víamos... tudo aquilo que sonhamos por dois anos (e em 2014 acabou numa frustrada derrota para o Paysandu, aqui em Juiz de Fora) se tornou realidade.


     É um orgulho ver nosso Tupi chegar lá. É muito orgulho estar acompanhando essa caminhada, sempre ao lado do que é da nossa cidade, estar junto, apoiando o que é nosso.

     Tudo isso... é simplesmente inexplicável. Enquanto não tiver a tabela e não chegar nosso primeiro jogo em casa, essa sensação de estar sonhando não vai passar.

     Ontem mais um capítulo teve sua decisão, mas ainda não é o fim dele. A Série C ainda continua!

     Esperamos que nossa casa, o Helenão, fique tão lotado quando a Praça Antônio Carlos nessa noite de segunda-feira, 19 de outubro de 2015, que marcou quem gosta de futebol, quem gosta dessa cidade e quem ama o Tupi.

     Que venham mais histórias e mais glórias nas arquibancadas do nosso Mário Helênio.






                                                                                                                          Artur.

terça-feira, 8 de julho de 2014

Não tem explicação


     Perder para a Alemanha. Nada demais, até porque o esquema montado faria nossa seleção continuar sem o domínio do meio-campo. Mas esse baile não era esperado nem pelo mais louco fanático alemão.

     O time deles é demais, realmente muito bom. Não à toa sempre foram apontados como grandes favoritos, o melhor grupo, o melhor time no papel. E contra o Brasil eles não encontraram a dificuldade da intermediária adversária estar congestionada.

     Até o primeiro gol o Brasil jogava bem. Após ele o jogo continuava com certo equilíbrio.

     Mas chegaram os 23 minutos. Não dava pra acreditar, em 6 minutos foram 4 gols. A Alemanha voava, brincava, passava bola como um time profissional enfrentando o pior time de um campeonato de bairro.

     Não dá para dizer que foi sofrido, a pancada foi tão rápida e forte que a perplexidade reinou. O Brasil simplesmente não atuou no primeiro tempo, não conseguiu pegar na bola a partir dos 20 minutos.



     "Com Neymar o jogo teria sido outro!", sim, além da escalação mudaria uma jogada ou outra... mas ele, que nem homem de marcação é, não evitaria o vexame. Aposto que nem Thiago Silva em campo conseguiria mudar.

     Como se não pudesse piorar - ser humilhado em casa e mandado para um jogo coadjuvante no fim de semana para disputa do o terceiro lugar - lembramos que Klose chegou a 16 gols em Copas, passando nosso Fenômeno. Miroslav não é nenhum gênio, não costuma fazer golaços. Mas é atacante nato, de área, que se posiciona e finaliza muito bem. Não foi do nada que ele chegou lá, é o maior artilheiro da seleção.



     Há 64 anos aconteceu o "Maracanazo", hoje foi o dia do "Minerazo". Uma humilhação que já está marcada em nossa história. Nunca será apagada, mas quem sabe um dia vejamos ela ser superada.

     Os brasileiros que torceram contra podem rir... mas não esqueçam que quando formos chacota vocês também estarão incluídos.

     O único q pode sorrir - de alívio - é o dono da Casas Bahia.



   



     A tristeza nos domina agora. O Hexa vai ter que esperar mais um pouquinho.














                                                                                                                          Artur.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Zero Bola #6

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     Devido ao Mundial (que está sendo uma Copa muito foda!) tudo deu uma certa parada. Não aconteceram muitas notícias, portanto não há muito o que citar e comentar.

     Houve apenas um fato, infelizmente muito triste, que se destacou.  



     Luto:

     Na madrugada de 7 de junho Fernandão, ídolo colorado e esmeraldino, sofreu um acidente de helicóptero. 


     O ex-camisa 9 atuou no exterior, em alguns clubes, mas foi grande mesmo em território nacional. Foi gigante no Goiás, depois capitão da Libertadores e do Mundial de 2006 pelo Internacional. Passou também pelo São Paulo, e foi lá que encerrou sua carreira.

     Foi técnico, por pouco tempo. A experiência no colorado não foi muito boa. Estava iniciando sua carreira como comentarista. Faria parte da equipe do SporTv na Copa do Mundo.

     Dizem que o Inter pode não usar mais a camisa 9, eternizá-la, em homenagem a Fernandão.

     Ao contrário de que alguns, não acho que seja nada "demais" para o que ele foi. 






                                                                                                                          Artur.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Saudade do que ainda nem foi


     Eu estava ansioso para a Copa do Mundo. Mas não era lá aquelas coisas.

     Na quinta-feira, 12 de junho, fiquei mais nervoso. A hora estava chegando, mas não passava. Estive em frente uma tv e um telão durante a abertura, mas nem que quisesse teria visto direito. Era muito barulho, muita gente de um lado pro outro... estava do jeito que tem que ser um pré-jogo.


     Não sei porque, mas tinha certeza que o Brasil ganharia aquele jogo. Muita certeza mesmo, não sei de onde. Tanto que quando o cruzamento veio e Marcelo jogou contra eu ri. Enquanto minha namorada ficava olhando com cara de quem não acreditava, meu sobrinho gritava "NÃÃÃO!!" e o resto do salão xingava e achava que começaria um vexame, eu ria.

     Vi o máximo de jogos que pude. Isso quer dizer que vi praticamente todos. Exceto os jogos simultâneos, não perdi nenhum por completo.

     Vi a "Laranja Mecânica", vestindo azul, tomar um gol e depois passar um rolo compressor na atual campeã Espanha. Vi o Chile também aproveitar e pisar, só que mais de leve, e transformar o favoritismo em piada.









     Ri, torci e ainda torço para a Costa Rica, que na primeira fase deu na cara do temido "fantasma celeste" e depois complicou a tetracampeã azurra - que no "jogo da mordida" acabou derrotada e tomou o caminho de casa bem cedo, pela segunda Copa seguida.






      Me impressionei e admirei a arrasadora Colômbia que, mesmo sem seu craque, destruiu no seu grupo e ainda exorcizou o "fantasma", no lugar onde ele foi criado, nas oitavas.


     - E estou bem nervoso para nosso confronto nas quartas, que é daqui a pouco! Que seja menos sofrido, mas de novo um jogão. Que sejamos melhores e consigamos a vaga na semi... mas se for preciso outro quase infarto para que peguemos alemães ou franceses na terça-feira, que seja! -

     E o México, do técnico que recuou, muito e cedo demais. E com Ochoa, que pega ate pensamento!... Só não pegou o foguete de Sneijder... depois o pênalti. Ai foi pra casa.

     Vi pequenos, como Argélia, Nigéria e Suíça complicarem e quase superarem Alemanha, França e Argentina (essa última não está jogando muito não).

     Vi... e estou vendo, menos de perto do que queria, o que muitos dizem ser a maior Copa de todas, "Copa das Copas"!

     Estamos há dois dias sem Copa e já não vejo a hora de ouvir o "ôô-êê-ááá" da abertura da transmissão.

     Ainda resta pouco mais de uma semana, restam apenas 8 jogos... resta muito pouco, mas a melhor parte!






                                                                                                                          Artur.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Zero Bola #5

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     Debandada completa.

     Metade dos brasileiros saíram da Libertadores na fase de grupos. Dos três que foram às oitavas apenas o Cruzeiro continuou. E nas quartas de final acabou a brincadeira para nós.

     Contra o San Lorenzo foi uma derrota na ida e na volta o empate, selando a eliminação.

     Há muito tempo não eramos eliminados numa fase tão prévia.

 





     Itaquerão:


     O primeiro teste oficial da arena do jogo de abertura da Copa foi há menos de um mês do jogo entre Brasil e Croácia.

     No dia 18 de maio o Corinthians pegou o Figueirense sob uma fortíssima chuva. Um bom fator para testar a cobertura e a drenagem do gramado, mas ruim por espantar o torcedor.

    O resultado do teste foi bom, não houve muitas reclamações e a beleza do estádio impressionou. E no campo foi 1 x 0 para o time catarinense.

     Há 11 dias do início da Copa houve um segundo jogo, dessa vez contra o Botafogo. Com um pouco de tumulto na entrada, o estádio esteve mais cheio do que no primeiro jogo e novamente o teste não apontou nenhuma deficiência grave.



     Os vinte e três:

     No início do mês Felipão anunciou os nomes da Copa.

     São: para o gol, Victor, Júlio César e Jefferson; na zaga, David Luiz, Dante, Thiago Silva e (a surpresa) Henrique; nas laterais, Marcelo, Maxwell, Daniel Alves e Maicon; no meio, Luiz Gustavo, Paulinho, Fernandinho, Ramires, Hernanes, Willian e Oscar; no ataque, Bernard, Neymar, Hulk, Jô e Fred.

     A "surpresa" é porque Henrique foi chamado poucas vezes. Mas sua convocação é compreensível, já que Felipão preza por jogadores conhecidos, e comandou o zagueiro no Palmeiras, onde era um dos capitães. Sua mobilidade, podendo atuar, além de zagueiro, de lateral e primeiro volante, contribui para seu nome estar na lista.


     Parada:

     Do dia 01 de junho até 16 de julho o Brasileirão está em recesso. Após a Copa do Mundo o campeonato retorna e segue com as 29 rodadas que restam.

     Já se passou um quarto do campeonato e os clubes já estão mostrando em que parte da tabela vão brigar.

   




                                                                                                                          Artur.


   O mês foi meio fraco, mesmo.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Para nós que achamos (versão ampla)

     Os parênteses são por causa de outro texto, sobre Botafogo x Independiente del Valle, onde o título foi o mesmo. Esse aqui.  

     A guerra terminou e estamos derrotados.

     Foram 22 anos de brasileiros na semi-final, desde 1992 sempre estava um lá. Desde 2005 na final. Das nove taças, seis vieram.


     Esse ano eu apostava que teríamos mais uma final, talvez até com dois brasileiros nela. Cair na fase de grupos então era um delírio!


     Nos grupos só o Flamengo começava a se complicar. Mas CAP e Botafogo, que pareciam garantidos, se enrolaram e acabaram caindo por ali mesmo também.


     Nas oitavas mais quedas: Grêmio nos pênaltis para o San Lorenzo e Atlético-MG, tomando um gol aos 42 do segundo tempo no Independência, caiu para o Atlético Nacional.


     O Cruzeiro seguia solitário, mas no primeiro passo sozinho acabou caindo. Derrota na Argentina e empate no Brasil e, depois de Botafogo e Grêmio, o Celeste também caiu para o time do papa.

     Talvez tenha faltado luta, o tal "espírito de Libertadores". Ou sorte.

     Mas o que parece mesmo que faltou foi conhecimento dos times dos países vizinhos. Até temos olhos para o futebol "lá de fora", falamos muito do Barcelona, do PSG, Real Madri, Milan, Manchester United. Olhamos para a Champions League e pensamos "nossa, como será que vai ser o confronto na final do Mundial?". Mas esquecemos dos clubes que temos que enfrentar na nossa competição continental. Times cheios de vontade, que dão porrada pra todo lado, que em casa fazem alguns jogadores adversários tremerem e que olham para cá por boa parte do ano.

     Nós só começamos a saber a situação dos times ou, as vezes até, a conhecer os times que vamos pegar quando sai o sorteio dos grupos.

     Não precisamos ver campeonato argentino, uruguaio etc o ano todo. Bastaria que nossos clubes acompanhassem, soubessem as principais forças dos times que podem chegar a enfrentar. Seria útil também para as contratações dos clubes.

     Aqui tem mais dinheiro rolando, o investimento é maior. Esse ano já tivemos na Libertadores palcos no "padrão FIFA".

     Mas caímos feio. De modo que causou até um choque.

     Quem sabe não sirva para mudarem a postura e ver que Libertadores é realmente diferente.






                                                                                                                          Artur.  

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Fim da linha

     O placar era adverso, mas nada extraordinário. O Cruzeiro e a torcida estavam confiantes na permanência do último brasileiro restante.

     Pênaltis com 1 x 0 e mais que isso era "tudo nosso"... mas se o San Lorenzo fizesse um gol complicava. 

     Com menos de 10 minutos complicou. 

     Parecendo assutados, time e torcida atuaram o primeiro tempo como se fosse pontos corridos. Havia pressão, mas nada que se compare às pressões normais de decisões.

     E a sorte ainda estava do lado dos argentinos. Pareceu ser milagre a bola lançada para Marcelo Moreno, desviada de um jeito estranho pelo boliviano, fazer o coração dos cruzeirenses apertar quando bateu numa trave, passeou sobre a linha e bateu na outra. Tudo isso no último lance do primeiro tempo. 

     O jeito do jogo só mudou quando saiu o empate. Aí virou Libertadores, ficou com cara de decisão: torcida empurrando, o time em cima, zagueiros no ataque, brigas, confusão, expulsão.


     Mesmo com um a menos os argentinos seguraram mais 15 minutos. Não veio a virada, não veio a sorte. Não veio a classificação.

     Mas veio o reconhecimento da torcida, que passou os últimos dois minutos de bola rolando gritando pelo time. Quando o jogo acabou continuou cantando, gritou o nome de Moreno, que chorava no meio do gramado.

     Sabem que o elenco celeste é um dos melhores do país, que mesmo jogando as primeiras rodadas com o time reserva está entre os melhores até agora.

     Não tem crise, não tem desastre. É triste, mas tem q levantar a cabeça e ir para frente.

     Sábado já tem Brasileirão e não importa o que estejam falando contra, a torcida está com vocês.






                                                                                                                          Artur.